Alagoanos e pessoas de outros estados já estão prestigiando o maior evento cultural e literário do estado
Jamerson Soares – jornalista com fotos de Renner Boldrino
As primeiras impressões da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas estão sendo as melhores. Os visitantes alagoanos e de outros estados já começaram a ocupar os espaços do maior evento literário e cultural do estado, deixando evidente a importância do incentivo à leitura, o fácil acesso ao livro e a democratização do saber.
É a primeira vez que a auxiliar administrativo e estudante de Serviço Social, Shirley Silva (24) visita a Bienal. Durante a caminhada nos corredores do Centro de Convenções, ela passeia o olhar por diversos livros de ficção científica e mistérios, seus gêneros literários favoritos. Mergulhar fundo no mundo da leitura há três anos foi o que a motivou a prestigiar o evento.
“Gostei bastante de primeira. É um espaço adequado e muito grande. Há uma variedade de livros e isso é bom também. Geralmente eu só via eventos desse porte por fotos, mas de outros estados. Está sendo uma maravilha porque eu não esperava ser tão grande. Vou trazer meu filho, amigos, meus pais e amigos da faculdade”, contou a estudante.
Para Elton Lima Santos, docente do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Bienal já superou expectativas. Ele não perdeu tempo e já encheu duas sacolas de livros e cadernos de pintura, todos infanto-juvenis. “Esses livros da sacola são para a minha filha de três anos, porque toda noite eu tenho que ler para ela, inventar alguma história”, justificou o professor, com um riso no rosto.
Ele comentou que vai trazer toda a família para acompanhar a Bienal. “Estou fazendo uma visita preliminar e já achei espetacular, pretendo vir mais vezes. Achei ótima toda a decoração, toda a diversidade de livros. A Bienal, o estado de Alagoas e a Ufal estão de parabéns”, disse Elton Lima.
Paixão pelos livros
Entre os livreiros que participam da Bienal está Carlos Bellé, um dos fundadores da Editora Expressão Popular, de São Paulo. A editora é formada por 14 pessoas e trabalha com obras sobre movimentos populares e sociais, debates, cultura e literatura brasileira, e universal. Bellé, que é livreiro há 24 anos, contou que a expectativa é muito grande porque será um clima pós-pandemia, mais aberto para relações humanas.
“Será um momento de aproximação e reaproximação de laços, de relações fraternas, e isso ajuda a entender e a entrar no mundo dos livros e também no mundo das pessoas. Este evento é um espaço muito grande de valorização do livro. Aqui o livro adquire a centralidade da estruturação da feira, o que é excelente”, diz ele.
A fundadora da editora alagoana Beabá, Lídia Lira Costa, de 64 anos, relata que se sente feliz e entusiasmada com o espaço. Ela participa da Bienal há 10 anos, desde o início, e durante a entrevista, relembra alguns acontecimentos históricos e afetivos que viveu.
“Fui professora há quase 45 anos, sou apaixonada por livros, ensinei da educação infantil ao ensino superior, principalmente educação inclusiva porque tenho um filho com Síndrome de Down. Estou desde o início da Bienal, na época em que Leda coordenava o evento”, disse ela.
A educadora também contou que está animada e espera grandes vendas. “Queremos vender muito, principalmente alagoanos que estão lançando livro recentemente, como Eliane Cansanção. Espero que a gente também venda obras de autores de fora. A nossa terra é boa, somos bons leitores”, concluiu.
Sobre a Bienal
Com uma semana extensa e produtiva de programação, juntando palestras, exposições e apresentações culturais, a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas conta com 130 estandes, mais de 300 editoras de várias partes do país e algumas da Argentina, que é o país homenageado nesta edição. Além disso, a previsão é de que o evento reúna 400 mil pessoas, sendo 50 mil estudantes, e R$ 5 milhões em vendas.
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