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Príncipe e princesa negros marcam a representatividade na literatura infantil

Iniciativa faz total diferença para o público que visita a Bienal do Livro de Alagoas

Janaina Farias – jornalista com fotos de Mitchel Leonardo

Príncipe e princesa negros marcam a representatividade na literatura infantil

Era uma vez um príncipe e uma princesa negros que passeavam pelos corredores da Bienal encantando crianças, jovens e adultos. Os protagonistas principais desse conto de fadas têm pele e cabelo escuros, totalmente diferente da história clássica projetada em filmes e desenhos.

A representatividade de personagens infantis negros tem feito total diferença para o público que visitam a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. É o caso da estudante da Escola José Francisco de Andrade, de Santana do Ipanema, Jennifer Ariely. Encantada com os personagens ela pediu logo para tirar uma foto. Jennifer disse que amou o conceito e se sentiu representada. “Achei linda! Por mais príncipe e princesa negros. Não sei explicar, eu simplesmente amei”, falou, encantada.

A intérprete que representa Rapunzel se emociona ao falar e diz que é encantador encontrar crianças que enxergam nela uma igualdade. Ela conta que muitos se aproximam bem tímidos, já outros vêm correndo super felizes. “Muitos se impressionam, se sentem muito representadas, olha assim pra mãe e fala: Olha mãe! uma princesa da minha cor”, contou, com um sorriso no rosto.

Para a intérprete de Rapunzel não é comum encontrar princesas de cor negras e isso causa impacto. “Eu achei muito gratificante ver as crianças conhecer que existe uma princesa e um príncipe da cor negra. Normalmente, a gente só vê príncipes e princesas brancos com olhos verdes e cabelos loiros”, apontou.

O príncipe fala que já fez outro personagem infantil negro como o Peter Pan, que normalmente só é representado por um branco. “É uma experiência diferente, sabemos que temos muita responsabilidade, porque representamos pessoas e lutamos por uma igualdade racial”, disse ele.

Ambos concordam que a representatividade é importante porque veio quebrar tabu e preconceito e que para ter igualdade racial é importante para mudar esse conceito no mundo. “É sobre quebrar o tabu, que isso mude no nosso futuro”, afirmou.

Apesar de ser comum está em alta falar de representatividade, ainda não é habitual, segundo a mãe da menina de seis anos, Ailá Gabriele, Tâmara Estefan. “Acho bem importante eles aqui no evento. Minha filha amou eles. Ela tá achando lindos”, disse ela.

A 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas segue até o dia 20 de agosto, sempre das 10h às 22h, no Centro Cultural de Exposições Ruth Cardoso. Lembramos que a entrada é franca. Para conhecer com antecedência a programação completa, visite o site do evento e siga-nos nas redes sociais: @bienaldealagoas. Estamos no Threads, no Instagram e no Facebook. As fotos oficiais do evento estão no Flickr.

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