Da literatura infantojuvenil ao público adulto, autora traz questões sociais como forma de estimular a empatia e a conscientização
Sandra Peixoto – jornalista
Escritora, jornalista, cantora, poeta e contadora de história são alguns dos multitalentos que Angélica Rizzi apresentou ao público da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que acontece no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso até o próximo domingo (20). Participando pela terceira vez deste evento literário, Rizzi realizou, na última segunda-feira (14), a palestra show com o tema “Juventude 2.0” e uma oficina sobre Poesia Viva.
Na ocasião, a autora engajou os jovens na construção da própria história tendo como ponto de partida o jogo Somos Todos Escritores e Escritoras, criado por ela. “Então todo mundo interage e a gente consegue fazer uma história juntos do início, meio e fim, como se fosse uma redação, o que para eles é muito importante na escola e depois para o vestibular”, reforçou.
Com o lema de que os livros mudam vidas, mudam caminhos para melhor, a autora defende o pensar visando o futuro, pois acredita que o livro e a leitura não são somente para o agora.
Leitura desde criança
Filha de uma professora de português aposentada que a presenteava com livros e criava e contava histórias antes de dormir, desde criança Rizzi vivia criando as próprias histórias e aos 12 anos ganhou um concurso de poesia de sua escola. Com essa trajetória, a escrita sempre foi natural em sua vida e fez surgir a vontade de escrever para jovens e crianças.
Mas os adultos também estão presentes em seu público. Como poeta e cantora, promove saraus. Um deles foi realizado na manhã da terça-feira (15), durante a programação da Bienal, trazendo aos espectadores uma palestra sobre letra e música falando sobre o processo de composição, uma de suas áreas de atuação.
Questões sociais
Pensando seu processo criativo com foco na formação de novos leitores, Angélica Rizzi busca abordar as questões sociais em suas obras como forma de estimular a empatia e a conscientização.
O Jardineiro Grego, por exemplo, traz o respeito ao meio ambiente e aos idosos ao contar a história de um senhor de 93 anos, de Porto Alegre, que cuida de uma praça e plantou mais de 113 árvores frutíferas.
Outra obra lançada durante sua passagem pela Bienal foi Angélique: o Anjo Poeta, um anjo poeta e filósofo com descendência senegalês. Na obra, a autora aborda a chegada de imigrantes, às vezes como refugiados.
“Acredito que o artista tem esse papel de deixar uma mensagem. Um livro pode ser entretenimento, pode ser engraçado, pode ser bacana, mas também tem que plantar uma sementinha, até porque ele vai reverberar depois para a vida dessa pessoa, desse ser humano, dessa criança, depois quando jovem, quando adulto”, refletiu a autora.
Outras de suas obras são Sol e as Ovelhas, a qual também tem escrita de sinais para surdos; Lia a astronauta, livro fui finalista do Prêmio Açorianos de Literatura Infantil; Júlias, a estrelinha e Manoelito.