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Alegria sertaneja de Jessier Quirino contagia visitantes da Bienal

Poeta matuto brincou com as palavras, fez poesia e animou os visitantes da feira

Elaine Rodrigues – jornalista com fotos de Renner Boldrino

Jessier Quirino contagia visitantes da Bienal

Uma plateia animada lotou o Teatro Gustavo Leite para ouvir o poeta Jessier Quirino, que participou pela quinta vez da Bienal Internacional do Livro de Alagoas na noite da última terça-feira (15). O convidado contou causos matutos, esbanjando sua alegria sertaneja e sua nordestinidade. E não faltam histórias novas no repertório de Jessier. No tempo de pandemia, o poeta ficou em sua casa, no interior da Paraíba, mas ficou atento.

“Tudo acontece na frente da minha casa. E, infelizmente, tudo acontece de forma assanhada, que é carro de som, propaganda, feira, procissão, 7 de setembro, comício e greve. Os temas chegam aos montes”, destacou Quirino ao dizer que existem história antigas que a plateia pede: “O público é feito menino pequeno. Só quer ouvir o que já ouviu. E se você mudar o roteiro, ele cobra”, brincou o poeta.

Daí, as críticas sociais e muitas brincadeiras com as palavras, como em Paisagem de Interior, não poderiam faltar. E os fãs do poeta já podem ficar atentos, os próximos projetos de Jessier Quirino incluem gravação em estúdio. “Você pode ir para fazer cinco histórias musicais e já soltar pelo mundo”, comemorou Jessier, lembrando da dificuldade de gravar um LP antigamente.

Outros trabalhos

Outro trabalho novo é um projeto de utilidade pública que surgiu a pedido da Sociedade Brasileira de Urologia. Jessier ajudou na campanha de alerta e esclarecimento da população contra o câncer de próstata e de pênis. “Isso aí foi uma coisa que eu me debrucei na causa, um trabalho social importantíssimo até para tentar quebrar a rigidez que existe, através da minha linguagem poética”, contou o poeta, que fez esse alerta de saúde pública também no palco.

E para quem acha que tema de saúde não combina com Jessier se engana. Para quem tem sensibilidade no olhar, tudo pode servir de inspiração para contar histórias. “A gente pega uma revista no consultório médico, aparece um tema científico e eu transformo em uma linguagem matuta. E a linguagem matuta torna-se familiar porque o que estava faltando era o exercício de colocar aquelas palavras do matuto na vitrine”, explicou.

Para quem não conseguiu rir com os causos de Jessier Quirino nesta terça-feira na Bienal e ouvir sua poesia descritiva e visual, é possível encontrar Paisagem de Interior e outras obras dele, inclusive obras infantis, na Editora Bagaço, que participa da feira de livros até este domingo, dia 20, no Centro Cultural e de Convenções Ruth Cardoso, das 10h às 22h. As fotos do evento podem ser vistas pelo Flickr.

Sobre Jessier Quirino

Jessier Quirino é natural de Campina Grande e se define como “arquiteto por profissão, poeta por formação e matuto por convicção”. Sua trajetória de contador de histórias começou em 1996, quando ele publicou o primeiro livro, Paisagem de Interior, pela Editora Bagaço, em Recife.

Depois, começou a participar de palestras e esteve nas edições da Bienal de 2007, 2013, 2015 e 2017. “É sempre muito bom porque o público é muito carinhoso, se identifica com todas as histórias e sempre me incentiva pelos contatos que tenho pela internet. A gente vê que a identidade é uma só: matuto tem em todo o canto”, garantiu.

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