Visitantes têm títulos de todo país disponibilizados no espaço da Associação Brasileira das Editoras Universitárias
Sandra Peixoto – jornalista com fotos de Mitchel Leonardo
Até o próximo domingo (20), a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas reúne representantes de editoras de todo país. Mas é possível ultrapassar fronteiras: o evento literário também tem um espaço exclusivo de obras da Argentina, país homenageado nesta edição, além dos estandes que ofertam, dentre os vários exemplares, livros em idiomas como o francês, o italiano e também em inglês.
Fazendo um recorte com destaque para a editoras universitárias, o evento conta com a participação física de seis nomes de referência na produção de livros acadêmicos, sendo três alagoanas e três paulistas, tais como a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), a Editora da Uneal (Eduneal), a Editora Cesmac, a Editora da Universidade de São Paulo (Edusp), a Fundação Editora Unesp (FEU) e a Editora da Unicamp, respectivamente.
Além disso, cabe reforçar que o visitante da Bienal pode encontrar títulos de editoras universitárias de todos os estados brasileiros, uma vez que no estande da Edufal há uma área reservada para livros das editoras filiadas à Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU), que congrega mais de 100 editoras universitárias do país e defende o fortalecimento destas editoras por meio da promoção e socialização da produção e difusão do livro.
“Recebemos livros da Universidade de Brasília [UnB], da Fundação Oswaldo Cruz [Fiocruz], e da Universidade Federal da Bahia [UFBA], que, no momento, para nós, é uma das que mais produzem e modelo de como funciona uma editora. Mas também recebemos livros de várias editoras universitárias; todos as regiões estão presentes aqui”, ressaltou Diva Lessa, técnica da Edufal.
Potencializando a divulgação científica
Como ponto de convergência das editoras universitárias está a divulgação científica, já que elas produzem obras resultantes de pesquisas e teses de graduação, pós-graduação, mestrados e doutorados, ou seja, levam a produção acadêmica para além de suas salas de aula. Por isso, estar na Bienal do Livro é estratégico para a difusão deste conhecimento, apresentando a um público diversas obras de diferentes áreas.
A bibliotecária Fernanda Lins explicou a relevância de a Edufal integrar uma organização do porte da ABEU. “É nela que ocorre a divulgação e a disseminação de todos os títulos produzidos pelas editoras universitárias. A ABEU dá essa ponta com cursos, especializações e com a interação do PIDL [Programa Interuniversitário de Distribuição de Livros]. É por esse programa que os livros das editoras filiadas estão aqui para serem vendidos”, ressaltou.
Por dentro das editoras
Participando desde a primeira edição da Bienal, a Editora da Unesp diferencia-se um pouco do perfil geral das editoras por, mesmo sendo um braço operacional da universidade, possuir autonomia para publicar obras não produzidas exclusivamente no ambiente acadêmico, a exemplo da obra Os Elementos, de Euclides; e clássicos como A relíquia, de Eça de Queirós; Histórias extraordinárias, de Edgar Allan Poe; e Quincas Borba, de Machado de Assis.
Segundo o representante da editora, Chagas Garcia, a universidade tem 25 campi espalhados pelo estado de São Paulo e uma boa produção com foco acadêmico. “Podemos dizer que História, Ciências e Filosofia são nossos carros-chefes, mas áreas como Ciências Políticas e Sociologia também são bastantes procuradas, em geral. São livros que ajudam a estudantes e pesquisadores”, enfatizou.
Enquanto a Editora da Unesp esteve presencialmente de todas as edições da Bienal, a Edusp participa pela primeira vez com estande próprio. Nas edições anteriores, marcaram presença em estandes de representantes e livrarias, como também por meio da ABEU.
“São vários trabalhos e pesquisas, às vezes até tese defendidas, de nossos professores e alunos. Eles nos encaminham, mas tem todo um roteiro a ser seguido, uma maneira de ser publicado. Tem que passar primeiro pelo parecerista e, independentemente de o parecer ser positivo ou negativo, vai para uma comissão editorial, que decide se vai ser publicada a obra ou não”, esclareceu Wadi Felix, representante da Editora.
E com uma curadoria que também passa por pareceres de mérito e aprovação de um conselho editoria, a Unicamp traz à Bienal obras de suas áreas de atuação. Das 10 edições, a editora só não participou da última (2019). “É importante para nós estarmos aqui trazendo os livros de várias áreas, como Exatas, Humanas e Arte, com preços acessíveis tanto para os estudantes, quanto tanto para a população em geral, abrilhantando a Bienal de Alagoas”, asseverou José Ansante, representante da Editora.
Novos títulos e muito mais
No decorrer desta Bienal, a Edufal lança cerca de 100 títulos inéditos. As publicações foram selecionadas via editais abertos em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). O diretor da Editora, Ivamilson Barbalho, versou sobre a importância desta parceria e também do quanto é válido ter a presença da ABEU no estande da Edufal.
“É fundamental e importante essa presença nossa aqui somado às outras editoras universitárias da ABEU em nosso estande. Estão conosco uma média de 20 editoras universitárias, entre estaduais e federais. Isso é importante porque são editoras coirmãs nesse mesmo propósito de divulgar a Ciência e de fortalecer a divulgação técnica e acadêmica”, disse.
O assessor editorial do Cesmac, Sebastião Medeiros, ressalta que a editora participa da 10ª Bienal com praticamente todo o seu acervo e vários lançamentos do livro. Só no dia da abertura (11) foram lançados oito títulos de autoria de seus professores em seu estande, que também vem realizando contação de histórias e outras atividades.
“A presença da Editora do Cesmac é uma oportunidade para que os nossos títulos sejam conhecidos pela sociedade alagoana, porque é uma editora de um centro universitário privado que está afiliada à ABEU e hoje se destaca como a principal editora privada que publica livros dos seus autores”, observou Medeiros ao dizer que a Editora se destaca com livros de História. Somente de autoria do professor Álvaro Queiroz, a editora está lançando três livros na Bienal: As Pensadoras, O Pensamento Cristão nas Alagoas e Os Carmelitas na História das Alagoas.
Outra editora de terras caetés é a Eduneal, que homenageia o escritor Luiz Sávio de Almeida (in memorian), cuja obra Manuscrito do Oco do Mundo foi relançada pela editora durante a abertura da Bienal, além do lançamento de dez obras de autores da Universidade selecionadas por edital.
Diariamente acompanhando o movimento do estande, o expositor Elias Melo disse que todas as áreas de conhecimento são contempladas, mas algumas se destacam mais. “Eu observo muito nessas três linhas: Sociologia, História e Cultura do nosso estado. Quase todas as noites está havendo lançamento de livros e destaco, pelo fluxo de pessoas que vi, o lançamento da Arriete Vilela, que é de poesia, e o livro do Luiz Gomes, que fala sobre a derrubada do ex-governador Suruagy”, analisa. Respectivamente, as obras são Fantasia e avesso e O levante de 1997: policiais civis e Militares na Derrubada do Governo Suruagy.