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Bienal alcança R$ 5 mi em vendas e mais de 200 mil visitantes em 7 dias

Dados parciais confirmam a viabilidade econômica do maior evento literário e cultural do estado

Fabiana Barros – jornalista com fotos de Mitchel Leonardo

A coordenadora-geral da Bienal, professora Sheila Maluf (Foto: Acervo)

É fato que a Bienal Internacional do Livro é o maior evento literário e cultural de Alagoas. As vendas na 10ª edição do evento já ultrapassaram R$ 5 milhões até o sétimo dia do evento, número era estimado para os dez dias. Os números parciais evidenciam a solidez da Bienal, inclusive a viabilidade do evento do ponto de vista econômico. E até o domingo (20), os números podem ultrapassar os R$ 6 milhões.

Segundo a coordenadora-geral do evento, professora Sheila Maluf, o movimento de visitantes tende a aumentar nos últimos dias do evento: somente na última quinta-feira (17), foram cerca de 50 mil; o domingo (13), Dia dos Pais, foi o dia com menor quantidade de público, mas mesmo assim, o movimento foi significativo ao registrar a presença de 23 mil pessoas. E até a última quinta-feira (17), a Bienal recebeu um público de 205.589 pessoas.

Segundo Sheila Maluf, os números reforçam que, se for oferecida educação e cultura, o alagoano responde, prestigia e participa. Ela utilizou o fluxo de público durante a programação na Bienal nas palestras, espetáculos ligados ao livro, oficinas, entre outras atrações: “Quando a gente dá condições, da cultura, da educação e oportunidade dessas crianças terem contato com livros, com histórias, é fascinante. É fantástico”, disse.

A quantidade de lançamentos de livros também superou a expectativa inicial que correspondia a 300 títulos: vai ultrapassar os 400 até domingo, último dia da Bienal. Somente a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) são 100 lançamentos, além de 70 da Imprensa Oficial Graciliano Ramos e dos autores independentes, o que reforça o status de protagonista ao livro, como deve ser em uma boa Bienal.

A professora, inclusive, relembrou que estava em casa quando recebeu uma ligação do reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, com o chamado para que ela organizasse a Bienal em seis meses. “Não vou dizer que não cansa, cansa muito, mas é uma delícia, sabe? É a adrenalina que você tem, que você recebe. Hoje eu vi aquele Teatro Gustavo Leite, como eu tenho visto em outras oportunidades, lotado”, comemorou.

Bienal potencializa economia do estado

O economista e professor da Ufal, Cícero Péricles, destaca a força da Bienal na economia alagoana

Segundo o economista e professor da Ufal, Cícero Péricles, a Bienal é a maior vitrine da cadeia produtiva do livro, um setor da economia criativa, responsável por muitas atividades que crescem fortemente em Alagoas. As editoras são o centro das atenções, por meio dos estandes, com milhares de títulos de livros de diversos temas. A partir delas, são movimentadas: gráficas, equipes de editoração, livrarias, sites de vendas, feiras de livros, empresas prestadoras de serviço, artistas gráficos, alfarrábios, entre outros segmentos.

Em Maceió, várias editoras publicam regularmente, como Edufal, Cepal, da Imprensa Oficial; Eduneal, da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), e a Editora do Centro Universitário Cesmac. Junto com as instituições universitárias ou órgãos públicos, existem os projetos das editoras e de livrarias mais especializadas em suas linhas de publicação ou definição de segmentos de público, como a Mundo Leitura, dedicada à literatura infanto-juvenil; a Livraria Novo Jardim, que trabalha os jovens autores de Maceió, e a Traje Lunares que investe numa linha de publicação de obras literárias contemporâneas. “O lançamento de mais de 300 novos títulos dá a dimensão desse conjunto de empreendimentos formadores da cadeia do livro aqui no estado”, explicou Cícero Péricles.

O economista fez um paralelo entre a Bienal e a 72ª Exposição Agropecuária, que acontece desde 1944, e no ano passado, 20 mil pessoas foram ao Parque da Pecuária, em Maceió. “Refletindo sobre as mudanças ocorridas em Alagoas, nas últimas décadas, o grande evento de público atual é uma iniciativa bem diferente, espelhando uma sociedade urbanizada”, observou.

Para Cícero Péricles, a Bienal corresponde a essa urbanização e ao tamanho da cidade. O que contribui é o fato de a escolaridade média da população está aumentando e o interesse pela leitura.

“O fenômeno de mobilizar milhares de pessoas para uma feira de livros reflete esse cenário urbano e uma rede escolar que cobre um milhão e cem mil alagoanos. A Bienal também corresponde a uma nova situação institucional. Nas últimas décadas, as instituições culturais, como a Universidade Federal, e as secretarias do governo do estado, passaram a ter recursos financeiros e humanos para planejar e executar um evento capaz de mobilizar, por dez dias”, avaliou.

Últimos dias

A 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é gratuita, aberta ao público das 10h às 22h, e segue até o domingo (20) no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá. O evento apresenta uma programação vasta com palestras, oficinas, comercialização de livros e muito mais.

A Bienal é realizada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pelo governo de Alagoas, com patrocínio do Sebrae e apoio da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes). O evento tem ainda apoio da Natura e do Instituto Natura, Hotel Ponta Verde, Empresa Junior de Arquitetura e Engenharia Civil (Ejec) e outras instituições.

Todas as informações sobre a Bienal estão disponíveis no site e também nas redes sociais: @bienaldealagoas no Threads, Instagram e no Facebook. As fotos oficiais do evento podem ser vistas pelo perfil da Ufal do Flickr.

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