Até o início da tarde do domingo, décima edição superou expectativa dos livreiros e dos expositores
Fabiana Barros – jornalista com fotos de Mitchel Leonardo
O desempenho das vendas apresentado pela organização da 10ª Bienal foi confirmado pela satisfação nos resultados obtidos pelos expositores. E os números são surpreendentes. No geral, parte dos expositores alcançou as expectativas de vendas e outros superaram a meta. Foram disponibilizados 130 estandes nesta edição, quantidade máxima que comportava o espaço, e vários outros interessados não puderam participar. Até às 13h do domingo (20), foram 360 mil visitantes e mais de R$ 6 milhões em vendas. Somente no sábado (19), 81 mil pessoas circularam na Bienal.
O representante dos estandes Ciranda Cultural e Livro Presente, Dorgivânio Nicácio, comemorou a presença do público, o aumento do número de leitores e a quantidade de vendas. “Na edição da Bienal em 2019, vendemos R$ 90 mil. Para esta edição, a nossa meta foi de 150 mil e na quinta-feira batemos a meta. Já ultrapassamos R$ 200 mil em vendas até ontem [sábado]”, afirmou Dorgivânio. No sábado, inclusive, em apenas 5 horas, ele vendeu mil livros infantis no Ciranda Cultural.
Para não ficar desabastecido no último dia do evento, Dorgivânio dispensou um cliente de Caruaru (PE) que desejava levar todos os exemplares para revender. Proprietário há 5 anos da livraria Livro Presente, ele comemora o mercado crescente de livros, inclusive fazendo valer a missão da livraria que é contribuir para o fortalecimento da cultura. “Tem crescido o número de leitores em Maceió e a gente tem investido no público infanto-juvenil. O meu questionamento já é onde será a próxima edição porque precisa de um espaço maior”, afirmou.
O estande Ciranda Cultural foi um dos espaços mais procurados pelos estudantes das 148 escolas da rede pública municipal de Maceió, que receberam R$ 20 em vale-livro e o voucher também fora concedido para 3 mil professores, que receberam o valor de R$ 80. Uma delas foi a Maria Clara Ferreira dos Santos, 11 anos, do 5º ano da Escola Manoel Pedro dos Santos, no Santos Dumont. Ela participou pela primeira vez do evento e mostrou o primeiro livro que comprou no evento A Ilha do Tesouro. “Nunca participei antes de uma Bienal. Imaginava que teria livros, mas não tanto assim”, disse.
Participando pela primeira vez da Bienal, a gerente da Livraria do Jardim, Roseane Costa, classificou o desempenho do evento como “excelente” e disse ter ficado surpresa com o número de público. “As escolas vêm aos sábados e domingos. Em lugar nenhum tem isso. O movimento está muito bom”, afirmou. Ela acrescentou que a meta diária é entre R$ 20 a R$ 30 mil e que os melhores dias foram sexta e sábado desta semana. “Com certeza, iremos participar da próxima Bienal”, garantiu.
“Melhor edição que participamos”
Membro do Conselho Editorial do Senado, Cristiano Ferreira, assegurou que esta é a melhor edição da Bienal de Alagoas que o Senado participou. A editora tem dois tipos específicos de livros, históricos, históricos, culturais, principalmente, livros que o mercado editorial publica pouco ou que o preço é muito elevado.
“A gente tem essas publicações com um preço bem baixo e de ótima qualidade e temos também publicações que a gente chama de legislação técnica. São livros sobre a Lei Maria da Penha, Estatuto da Criança e do Adolescente. Esses livros esgotaram rapidamente porque vendemos a preços de custo”, explicou Cristiano Ferreira.
Ainda segundo ele, a editora trouxe 850 exemplares da Constituição Federal e todas as unidades foram vendidas até quinta-feira. “Ficamos muito satisfeitos com o interesse do público alagoano pelos livros, pela cultura. A nossa experiência aqui foi a melhor possível. Sem dúvida nenhuma, essa foi a melhor edição de todas financeiramente e que a gente teve mais receptividade, mais vendas, mais contato com o público”, afirmou.
Diversos segmentos
A Bienal abre possibilidades para outros segmentos, além dos livros, gênero alimentício, papelaria, entre outros. A comemoração pelo desempenho nas vendas inclui os diversos produtos comercializados durante o evento.
Para o expositor de Santa Catarina, da Máxima – Canetas Personalizadas, Matheus Monteiro, a Bienal foi um sucesso. Ele destacou a infraestrutura, a organização e a educação de todos os envolvidos. “A expectativa era chegar em R$ 57 mil [até sábado], graças a Deus, consegui. Em 2019, vendemos R$ 25 mil. E hoje a gente conseguiu mais que dobrar o valor”, comentou.
A primeira experiência da N Gourmet, com vendas de flaus, ultrapassou totalmente a expectativa do casal Lopes Duarte. “Minha esposa teve que ficar em casa vários dias para repor o estoque e a gente conseguir chegar até o último dia da Bienal”, comentou Waldir Lopes. Segundo ele, a média diária de vendas foi de 80 a 100 geladinhos. Para o casal, numa perspectiva positiva, eles imaginavam vender, no máximo, 60 flaus.
Todas as tribos
Famílias, grupo de amigos, pessoas que decidem visitar a Bienal sozinhas. Entre o público, um segmento chama atenção: as crianças. Marina Lins, 8 anos, visitou a feira pela segunda vez no domingo, mas, segundo sua mãe, a advogada Mayara Medeiros, ela deixou claro que gostaria de visitar a Bienal todos os dias.
Em suas compras, Marina adquiriu um muito especial o Marina Malina. Além do título do livro ser o mesmo nome da criança, as coincidências não pararam por aí. O primeiro nome do autor é o mesmo do pai de Marina, Hélio, e uma das dedicatórias do livro é para uma pessoa com o mesmo nome de sua mãe, Mayara. “Estou adorando tudo, os livros, o robô. Tudo é maravilhoso”, afirmou.
O casal de professores, Rafaella Germano e Carlos Cavalcanti, aproveitaram o domingo para atender a cobrança da filha mais velha, Alice, 10 anos: visitar e comprar livros na Bienal. Quando abordados pela reportagem do evento, já haviam comprado cinco livros e todos infantis e infanto-juvenis para contemplar também o irmão de 5 anos de Alice. Os professores aprovaram os preços dos estandes visitados e destacaram que o evento contempla títulos para todas as temáticas e idades.
Funcionário público dos Correios, Jadson Elias, não teve tempo de visitar a feira durante a semana, mas conseguiu prestigiar o evento no último dia. “Os preços estão convidativos e aqui é uma oportunidade de pesquisar as opções de leitura e comparar os preços”, destacou.