Atividades da segunda edição do encontro continuam nesta quarta-feira
Janaina Farias – jornalista com fotos de Mitchel Leonardo
A mesa-redonda sobre o Teatro Político Alagoano: História, Memória e Resistência, abriu oficialmente o 2º Encontro Nacional de Artes da Cena da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), promovido pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa das Expressões Dramáticas (Neped). O evento foi conduzido pelos palestrantes Otávio Cabral e Ivanilda Verçosa, com mediação Ana Flávia Ferraz, todos docentes da Ufal. O evento segue até esta quarta feira (16), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, e tem como tema principal Artes e Democracia.
O professor Otávio Cabral iniciou sua falando elogiando o tema e afirmando que sem essa vivencia não conseguiria desenvolver nenhuma outra atividade. “O tema é muito agradável, e que de certa forma ele compõe a minha vida e me dá a mais absoluta certeza de que eu não conseguiria desenvolver nenhuma atividade se não pudesse de ter o teatro por perto”, disse Cabral.
Ele explica que se aproximou do teatro ainda muito cedo, quando a ditadura ainda engatinhava. “Eu me aproximei do teatro ainda muito cedo, eram os anos 60, e a ditadura apenas engatinhava, ainda não havia mostrado por inteiro as suas garras que se estenderiam por loucos, terríveis, cruéis e nebulosos 21 anos. Participei de uma caravana cultural ao lado da minha querida amiga Vera Romaris, era o ano de 1964”, contou Cabral, relatando aos poucos tudo que viveu e as amizades que fez ao longo do tempo, como Linda Mascarenhas.
Em seu relato, o professor pontuou que precisava se aproximar de pessoas importantes mesmo que tivesse ideias políticas contrárias como as de Linda Mascarenhas. “Eu precisava me aproximar de pessoas com afinações políticas contrárias àquelas de Linda Mascarenhas. E que se afinavam, lamento, com os pressupostos defendidos pelo golpe civil militar de 64”, contou.
Durante sua apresentação, a professora Ivanilda Verçosa destacou que fez um papel de uma revolucionária Francesa, que era resistente ao nazismo. “Todo mundo conhece a história da resistência francesa. Então, eu fiz o papel de Lucie. Isso para mim, eu acho que foi o coroamento. Essa peça repercutiu em todos os estados”, contou, apontando para a foto onde contracenou com outros amigos, também revolucionários: “A única foto que tenho é essa, eu não sei nem como foi que eu consegui guardar. Nesse período tivemos que enfrentar a censura’, disse.
O integrante da comissão do evento, Anderson Almeida, deu uma geral sobre a programação. “A gente vai tratar especificamente sobre estéticas afro-religiosas, vamos ter uma mesa sobre o Quebra de Xangô e suas múltiplas narrativas. Vamos ter apresentações de alunos, grupos que foram convidados”, anunciou.
De acordo com Anderson Almeida, o evento é misto, tem de tudo um pouco, como palestras, debates, mesas-redondas e oficinas. “Nesta quarta-feira (16), vamos discutir outros temas, por exemplo, com o movimento Drag em Alagoas. Teremos apresentações, shows de drag queen, como também teremos mesas sobre a questão racial, oficina sobre contação de história, que é promovida pelos nossos alunos para as escolas públicas”, disse ele.
Programação desta quarta-feira (16) à tarde
Das 14h às 15h30 – Mapa – Mostra Artístico-acadêmica de Pesquisa em Andamento – Pós-graduação em Arte e Sociedade da Ufal;
Das 15h30 às 17h – Mesa: Histórias, memórias e políticas da comunidade LGBTQIAPN+
Palestrantes: Alycia Ryos, Pântala Butterfly e Ricardo Neves Grupo DragLise – Núcleo de Estudos e Visualidades em Performance (Neped-Ufal), com Marcelo Nascimento, fundador do Movimento LGBT em Alagoas; Willyane Xavier (ONG Ateliê Ambrosina). Mediação: professor Anderson Almeida (Teatro/Ufal)
Das 17h às 17h30 – Apresentação Artística
Das 17h30 às 18h – Café