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Autoras novatas e veteranas compõem a coleção Mulheres Extraordinárias

Um dos lançamentos da Imprensa Oficial na Bienal, coleção conta com livros sobre temática negra, poesia de Djavan, antologia literária e análise psicológica-literária

Mariana Lima – jornalista com fotos de Renner Boldrino

Entre os vários lançamentos programados para a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o da coleção Mulheres Extraordinárias, organizada pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos neste sábado (12), provocou diferentes emoções entre autoras e público. Reunindo mulheres de diferentes perfis e experiências, desde novatas no mercado literário a duas imortais da Academia Alagoana de Letras e uma mestra do Patrimônio Vivo de Alagoas, a coleção abrange diferentes temas que convergem ao mostrar a qualidade da produção cultural e literária feminina no estado.

Maurício Bugarin

“Esta é uma coleção muito importante e representativa”, apresentou o diretor-presidente da Imprensa Oficial, Maurício Bugarin. “Acredito que começamos com o pé direito, com uma seleção de muita qualidade. A noite hoje é de alegria e de festa, deixo a palavra para nossas autoras”, celebrou.

Lançando seu primeiro livro nesta coleção, Em Pau d’Arco muitas flores – memória, a autora Anna Kelmany Araújo estava emocionada durante a noite de autógrafos pela ocasião, em si, do lançamento e por poder compartilhá-lo com quatro lideranças quilombolas de Pau D’Arco e Mãe Neide, nomes que fazem parte da história e da luta negra em Alagoas.

“Para mim é muito significativo não estar sozinha nesse momento, aqui celebramos uma parte significativa de quem nós somos. É sempre uma honra ser publicado pela Imprensa Oficial, a maior editora do estado, centenária, e ainda mais um livro que traz a temática dos quilombos. É muito importante discutirmos o direito à terra, os impactos do racismo na sociedade brasileira no contexto de pós-abolição, um livro que vem em um contexto político e que coloca em marcha uma luta que é coletiva”, relatou a autora.

Anna referiu-se às outras obras que tratam da cultura e influência negra que constam na coleção Mulheres Extraordinárias: O Dom do Segredo – A negociação do Segredo Ritual nas Religiões Afro-alagoanas, de Larissa Fontes, e Wa Jeun: sabores ancestrais afro-indígenas, escrito por Mãe Neide Oyá d’Oxum.

De novatas a veteranas

Os outros quatro livros que terminam de compor a coleção são: Olho de Besouro de Heliônia Ceres, Anil da cor do céu, de Anilda Leão, Razão Mutilada, de Edilma Acioli, e Cor, som e sentido: a metáfora na poesia de Djavan, de Maria Heloísa Melo de Moraes – ela própria uma imortal da Academia Alagoana de Letras (AAL), relançando a obra que foi sua tese de doutorado em 2001.

Maria Heloísa saudou a iniciativa da Imprensa Oficial em dar espaço a autoras novas e veteranas de Alagoas, lançando e relançando obras que dialogam com a produção artística e literária de mulheres que podem ser inspiração para outras que trilham o caminho das letras.

“Este é um incentivo para as mulheres que tiveram o reconhecimento, que é como eu me sinto, pois entendo o convite para relançar um livro como é a prova de que a obra tem seu valor e relevância, e para aquelas que ainda estão buscando espaço. É uma coleção, uma homenagem muito interessante para nós que fomos publicadas e que representa um incentivo muito grande para as mulheres vão fazer isso também, que vão escrever. Escrevam! Não percam a coragem de começar!”, incentivou a imortal da AAL.

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