Obra é composta por 10 cadernos escritos por alunos e professores de escolas públicas de Alagoas
Rose Ferreira – jornalista com fotos de Renner Boldrino
O sonho de escrever um livro e lançá-lo no maior evento cultural do Estado de Alagoas se tornará realidade para dezenas de alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio de escolas públicas dos municípios de Maceió, Murici e Barra de São Miguel. O lançamento da coletânea Ciência na Escola para o Desenvolvimento Sustentável acontecerá no dia 16 de agosto, às 10h, no Café Literário da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso. A entrada é franca.
A obra, publicada pela Editora da Ufal (Edufal), é fruto de projetos inovadores e científicos desenvolvidos no Simpósio Intermunicipal de Pesquisa e Tecnologia na Educação Básica (Sinpete), realizado de 14 a 20 de outubro de 2022, no âmbito da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, na Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O evento e os projetos orientados pela comissão técnica do Sinpete teve o objetivo de fortalecer a interface Universidade-Escola e popularizar a ciência.
A coletânea, disponível nas versões impressa e virtual, no site da Edufal, é composta por 10 cadernos temáticos, que evidenciam cenários da ciência na Educação Básica, com foco em projetos inovadores e sustentáveis.
O primeiro e o último cadernos tratam sobre o tema geral, enquanto os cadernos de 1 a 8 abordam temas específicos, como energia limpa e sustentabilidade, experimentos de química e física, embalagens de papel semente, desenvolvimento de cosméticos a partir da casca do cajueiro, dentre outros.
“Essas produções refletem a realidade na qual esses estudantes vivem e as soluções científicas encontradas por eles para resolver problemas cotidianos, tendo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável como pano de fundo. Considerando que o público prioritário dessas publicações é a educação básica, os cadernos foram escritos em linguagem compatível a essas modalidades educacionais, todavia sem se distanciar do rigor de uma publicação científica”, esclarece Vera Pontes, coordenadora-geral do Sinpete.
Para o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, o Sinpete desempenhou um papel crucial, por ter sido realizado num momento crítico do cenário nacional: ”Exatamente no período compreendido entre os dois turnos das eleições de 2022, o Sinpete serviu para mostrar para a Sociedade Alagoana o papel do conhecimento – em franca contraposição ao negacionismo científico que reinou recentemente no país. Expôs, de forma didática e acessível, a importância da ciência para um mundo melhor – e pelos olhos dos nossos jovens. O Sinpete resgatou naqueles estudantes o sentimento de querer saber mais, usando o método científico. Trazer meninos e meninas para a seara da ciência foi um grande gol!”, destacou o reitor.
Para os jovens autores, o momento é de emoção e ansiedade pelo momento de coroação dos esforços ao longo de meses. “Sinto que aproveitei uma grande oportunidade! Mesmo que a elaboração do projeto tenha dado um certo trabalho e tenham aparecido alguns problemas no decorrer de tudo, no final creio que adquiri uma experiência de vida muito boa e que servirá como um auxílio para o meu futuro na carreira acadêmica, ainda mais porque percorri tudo isso com pessoas que eu gosto e sobre um assunto que é de extremo interesse meu, que é eficiência energética e sustentabilidade. Ter uma obra publicada e lançada na Bienal é uma sensação de conquista indescritível!”, ressaltou Petrus Sousa, aluno do curso técnico de Agroindústria do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Murici.
Manoella Svartman, aluna da Escola Estadual Professor Theotônio Vilela Brandão, destaca o quanto ela e seus colegas se sentiram valorizados e cresceram no período pré e pós-evento com a produção do caderno científico.
“Na minha vida, o projeto Physensi se tornou muito mais do que eu imaginava quando escolhi iniciar um projeto com a Kay, a Duda e a Chay. Foram meses de muito trabalho, aprendizado e esforço. Vivenciei coisas que irei levar para o resto da minha vida e, muito além disso, entendi o quanto gosto da área e o quanto sou capaz de realizar trabalhos como esse. O Sinpete foi uma conquista para todas as integrantes do grupo, foram dias de muita dedicação e de momentos incríveis”, disse Manoella.
E ela completou: “Desde a aprovação para participar até ganharmos o primeiro lugar, a cada apresentação víamos o interesse do público nos nossos produtos, recebíamos dicas e muitas avaliações satisfatórias sobre o nosso trabalho. Também foi muito além do acadêmico e profissional, entre esses momentos tivemos a oportunidade de conhecer melhor e criar um elo umas com as outras e com os integrantes do grupo Charta que também são do Théo Brandão”, enfatizou a estudante.