Encontro reuniu familiares e amigos das autoras no estande da editora na Bienal
Jamerson Soares – jornalista com fotos de Renner Boldrino
A Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) realizou, no domingo (13), um café literário com o lançamento de mais quatro livros de pesquisadoras e professoras das faculdades de Medicina e de Letras e da Escola de Enfermagem. O encontro reuniu familiares, amigos e colegas das autoras no estande instalado na 10ª Bienal Internacional do livro de Alagoas, no Centro de Convenções, no Jaraguá.
Foram lançados os livros Corpos em Movimento: participação de alagoanas na migração de mulheres para a formação de enfermeiras – 1930-1960, de Karla Mychelle Cezário de Lima, sob a orientação de Regina Maria dos Santos; Teoria das representações sociais como aporte metodológico para estudos na saúde da mulher, de Amuzza Aylla.
A segunda edição de Faculdade de Medicina de Alagoas: História de luta e esperança e Cirurgia em Alagoas: saga de fé e esperança, ambos de Ângela Canuto; Procedimentos de enfermagem para a prática hospitalar, de Karol Fireman, Meirielly Holanda e Andreivna Kharenine; e Letramentos, linguagens e ensino, de Adriana Cavalcanti, Flávia Meniconi e Yana Liss Gomes também foram lançados no evento.
Segundo Ângela Canuto, que é médica há 46 anos e professora da Ufal há 26 anos, o primeiro livro é fruto do mestrado dela, feito em 2006 na Unifesp, e a segunda obra é sobre a história da cirurgia em Alagoas, a partir de uma palestra realizada por ela na Casa da Palavra, em Maceió. Ela contou que se sentiu feliz por ter participado da Bienal lançando seu trabalho.
“É um prazer imenso estar participando da 10ª edição da Bienal. É fundamental que a gente promova a cultura no estado, visto que Alagoas tem o IDH baixo e tem o maior índice de analfabetismo do Brasil. A Ufal tem o papel fundamental e o reitor Tonholo tem feito um papel muito bom, e é a Bienal que vem consolidar a importância da Ufal em Alagoas”, afirmou a professora.
De acordo com Karla Mychelle, enfermeira e professora da Ufal, o livro foi resultado da sua dissertação de mestrado, que retrata um pouco da história de mulheres alagoanas, que migraram entre 1930 e 1960 para o Rio de Janeiro para obter a formação de enfermeira diplomada. Ela nos contou que a obra consiste num resgate da história dentro do cenário da Enfermagem, mas também no que se refere às mulheres alagoanas que fizeram diferenças no percurso da área no país.
“Antes de 1960 não existia a seleção para universidades, eram as diretoras que escolhiam as ingressantes e existia um padrão para as mulheres entrarem e se formarem enfermeiras. As mulheres que foram daqui romperam com esse padrão, algumas eram negras, pardas, em um nível de classe social mais inferior que o almejado, algumas fora da religião católica, além disso eram mulheres fora do Sudeste e Sul, que é um ponto muito importante nesse processo de história da enfermagem brasileira”, explicou Karla, que classificou como um sonho realizado o lançamento de seu livro na Bienal.
Após o momento de apresentação das autoras e de solenidade, houve uma sessão de autógrafos e agradecimentos ao público presente.