Para o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, programa promove transparência e integração ao levar o jovem a compreender a máquina do Estado
Sandra Peixoto – jornalista com fotos de Mitchel Leonardo
Realizador da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas juntamente com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o governo de Alagoas lançou, na tarde desta segunda (14), durante a programação do evento, a 4ª edição do Programa Pontapé. A solenidade contou com as presenças do governador Paulo Dantas, do reitor Josealdo Tonholo; e o secretário de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Gabriel Albino, entre outras autoridades.
Com o nome Pontapé Day, a solenidade reuniu aproximadamente 1.200 estudantes, sendo a maioria integrantes do programa que foi idealizado para encurtar a distância entre estes estudantes e o mercado de trabalho ao oportunizar estágios nos órgãos públicos estaduais.
Para o governador Paulo Dantas, a importância do programa está em ofertar o primeiro emprego e conhecimento. “É um dos melhores empregos porque você enriquece o seu conhecimento e conhece a máquina pública. Lida com o público, mas ao mesmo tempo, com o privado, além de conhecer o setor produtivo de perto. Então é enriquecedor fazer parte desse programa”, destacou.
Segundo o reitor Josealdo Tonholo, o Pontapé é mais do que ofertas de estágios. Ele classificou a iniciativa como um programa de transparência e integração que leva o jovem para entender como funcionam os setores do governo do estado.
“O Pontapé É um programa que vem sendo aprofundado com nuances extremamente importantes, como a questão da inclusão, da diversidade e da acessibilidade. Vai ser um privilégio para a nossa universidade ver nossos estudantes aprendendo e nos ensinando sobre o Estado de Alagoas”, afirmou.
Tonholo relembrou que, só na primeira edição, a Ufal teve a participação de 700 estudantes. E aproveitou a oportunidade para, também, agradecer a participação do governo de Alagoas como realizador da 10ª Bienal do Livro.
Estudantes da Ufal fazem parte do Pontapé
Na edição de 2023, muitos estudantes da Universidade Federal de Alagoas integram o programa. Dois deles são Marcos Vinícius, 19 anos, e Myrosmar Farias, de 20, ambos do curso de Ciências Contábeis, que tiveram a oportunidade do primeiro estágio.
Marcos está estagiando na Secretaria de Estado de Transporte e Desenvolvimento Urbano e Trânsito (Setrand) e considerou todo o processo tranquilo. Para ele, é um meio de colocar em prática os ensinamentos da faculdade. “Principalmente a contabilidade pública, saber como é feito o empenho, como é liquidado, como é feito o pagamento do setor financeiro mesmo”, ressalta.
Já Myrosmar foi lotado na Agência de Modernização da Gestão de Processos (Amgesp) e, assim como o amigo, diz que vê a chance como ampliação de conhecimento. “Principalmente para mim que sou de contabilidade e considero importante a área financeira”, arrematou o estudante.
Pontapé Indígena
Pensando em políticas públicas voltadas aos povos indígenas, o governo ampliou o programa e lançou o Pontapé Indígena, uma seleção exclusiva para alunos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND) da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
A iniciativa busca a inclusão destes alunos que, muitas vezes, enfrentam questões econômicas e dificuldades de locomoção na busca por estágios. Com o programa, o estágio será realizado dentro da própria comunidade. A estudante de Karine Berto, 24 anos, é da etnia Wassu-Cocal e está inserida no programa como estagiária da Secretaria de Estado da Educação (Seduc-AL).
“São várias portas que vão se abrir para a gente. Como eu faço parte da Pedagogia, é uma forma de colaborar com a educação do meu povo Wassu, de abrir mais os olhos da minha comunidade sobre os povos indígenas, sobre a nossa história mesmo, e poder desmistificar tanta coisa que a gente tem na sociedade hoje em dia”, avalia a futura educadora.
Sobre o Programa
Desenvolvido em 2021 pelo governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), o programa Pontapé seleciona estudantes do ensino superior para atuarem em órgãos do Poder Executivo estadual de Alagoas durante o estágio remunerado e não obrigatório.
Em quatro editais publicados, foram mais de 14 mil pessoas inscritas no programa. Das vagas, 10% foram destinadas a pessoas com deficiência, 40% a estudantes inscritos no CadÚnico, 40% aos que cursaram o ensino médio em escolas públicas ou com bolsa integral em instituições particulares e 10% a ampla concorrência.
Além do auxílio-transporte, o programa oferece uma bolsa com o valor de um salário mínimo.