Reitor Josealdo Tonholo ressaltou o trabalho de estímulo editorial que o país hermano vem desenvolvendo
Sandra Peixoto – jornalista com fotos de Mitchel Leonardo
Um encontro para celebrar a Argentina como país homenageado da 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas reuniu, neste sábado (12), o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo; a cônsul-geral da Argentina em Recife, Julieta Grande; o diretor da UNR Editora, Nicolás Manzi; o diretor da HyA Ediciones, Rubén Chababo; e Andrés Tzeiman, doutor em Ciências Sociais, mestre em estudos sociais latino-americanos e professor da Universidad de Buenos Aires (UBA).
A Argentina é um dos países com os melhores índices de circulação de livros da América Latina e este foi um dos principais motivos para a sua escolha como homenageado. Nossos vizinhos também possuem uma extensa rede de editoras, livrarias, bibliotecas e alfarrábios, sendo a capital Buenos Aires uma das cidades com o maior número de livrarias por habitante do mundo.
Além disso, o país vem implementando políticas públicas de estímulo ao segmento, a exemplo do Plano de Leitura Nacional e as ações estratégicas de entidades representativas, como a Câmara Argentina do Livro (CAL) e a Rede de Editoras de Universidades Nacionais (Reuni). Com toda esta dinâmica de fomento à leitura e ao mercado editorial, foi natural a opção pela Argentina para a homenagem.
O reitor Josealdo Tonholo enfatizou a importância desta escolha. “Ter a Argentina como país irmão é um privilégio muito grande nesse momento especial de retomada, de respirar a democracia como o Brasil. O que o Brasil começa a fazer e que a Argentina já está fazendo, vai continuar fazendo a diferença nesse respiro da democracia, que é fundamental. São momentos essenciais para os nossos países e a gente se irmana, inclusive, nos desejos entre a cidadania toda”, destacou.
Agradecendo o convite, a cônsul-geral da Argentina em Recife, Julieta Grande, falou que é uma alegria poder trazer valores que são muito queridos para a sociedade Argentina, como dignidade, inclusão social, educação e o leitura, importantes também para o Brasil.
“Ter a oportunidade de espreitar os laços culturais e leituras sociais entre o Brasil e a Argentina, entre o povo de Alagoas e a Argentina, torna esse momento muito importante para nós. E também para partilhar um pouco do que é a cultura da Argentina, por meio das atividades da Universidade Nacional de Rosário e da Universidade de Buenos Aires, que vem nos prestigiar neste evento”, disse ela.
Diálogos
A importância dessa aproximação cultural entre os dois países também foi enaltecida por Nicolás Manzi, Rubén Chababo e Andrés Tzeiman; integrantes da delegação argentina que participarão da Bienal até a próxima terça-feira (15), tanto em lançamento de livro, quanto em mesas-redondas.
“Os vínculos entre o Brasil e a Argentina são muito estreitos, apesar de falarem línguas diferentes. A relação é muito clara, muito fluída. E para nós é importante estarmos aqui porque trazemos a produção de nossa Universidade, de nossos pesquisadores, e pensamos que podem brindar aos brasileiros com uma visão sobre quais são aqueles temas que estamos pensando”, disse Rubén Chababo.
Para ele, os temas pensados pelos dois países são muito parecidos, preocupando-se de assuntos como a democracia, o meio ambiente, os direitos humanos e a defesa da educação pública. Por tudo isso, participar da Bienal é “uma possibilidade de abrir um diálogo ou de fortalecer um diálogo que já existe entre ambos países”, complementou.
Opinião semelhante tem Nicolás Manzi. “Estamos atentos a poder visualizar algum tipo de texto que podamos levar para começar a fazer uma integração, porque não é só trazer e levar os livros; é começar a pensar que podemos fazer um trabalho a longo prazo, um trabalho para o futuro. Deixar algo aqui que dê frutos. Esta seria como a possibilidade inicial. Por isso estamos agradecidos pela indicação e estamos abertos às conversações e a conhecer as pessoas”, afirmou.
Os reflexos deste encontro poderão beneficiar, também, a América Latina, como ponderou Andrés Tzeiman. “A Argentina e o Brasil são dois dos países mais importantes da América Latina, por muitas razões. O Brasil, por sua atividade econômica, por sua dimensão e por muitos outros motivos que poderíamos sinalizar. Um deles, sem dúvidas, é sua irradiação cultural, sua capacidade de produção de pensamento, de literatura, de artes. E, portanto, sua integração tem uma enorme potência à medida em que a confluência entre a produção acadêmica, literária, teórica entre Argentina e Brasil pode irradiar sobre o resto da América Latina”, avaliou.
A Bienal do Livro de Alagoas tem entrada franca e segue com programação variada até o dia 20 no Centro de Convenções de Maceió. Confira as novidades do evento no site e também pelas redes sociais: @bienaldealagoas no Threads, Instagram e no Facebook. As fotos oficiais do evento podem ser vistas pelo perfil do Flickr.