Trabalhos estarão sendo exibidos durante todos os dias da Bienal
Jamerson Soares – jornalista com fotos de Renner Boldrino
A 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas também está sendo um grande palco de descobertas para livrarias e iniciativas independentes de Alagoas. Empreendimentos, não só comerciais, mas que também são como movimentos transformadores e essenciais para difusão da literatura produzida também no estado. É o caso das livrarias Novo Jardim e Práxis, além do Ateliê Magrela Vivi, todos de Maceió.
Escritora e livreira há um ano, Erika Santos é uma das fundadoras da Livraria Novo Jardim, localizada no Conjunto Eustáquio Gomes, parte alta da cidade. Junto com o seu companheiro, Richard Plácido, também escritor alagoano, eles levam o gosto pela leitura à comunidade periférica há um ano e meio.
Segundo Erika, manter uma livraria de forma independente na Bienal exige muita luta e suor, mas que se sente feliz em resistir fazendo o que gosta. “É a nossa primeira Bienal, então, estamos muito felizes. Foi um trajeto muito suado e trabalhoso para estar aqui e se manter durante os dez dias. Elaboramos até rifas para conseguir pagar o estande, com a ajuda também da galera da cultura, das artes, apoiadores e escritores independentes. A gente fez tudo, montou tudo sozinhos, damos os nossos pulos. E tudo isso traz um sentimento de luta. As livrarias estarem aqui é um símbolo de luta muito grande”, declarou a escritora, que também acredita que será um evento bonito.
Erika também contou que o visitante vai encontrar no estande muita literatura independente de Alagoas, como também ecobags, bandeiras, acessórios e revistas. “Estamos aqui para mostrar o movimento de rua, independente, essa é a nossa cara”, completou.
Outra empreendedora é a Jéssica Bernardo, criadora da Livraria Práxis, localizada no bairro Cidade Universitária, parte alta de Maceió. Ela, que também estuda Letras e trabalha num call center, contou que a ideia da livraria itinerante existe há 10 anos, mas o local fixo surgiu durante a pandemia. “Apesar das pessoas estranharem por não ter muito contato com o livro, ter uma livraria de bairro causa curiosidade por parte dos vizinhos”, disse Jéssica, que junto com seu companheiro Anderson Lima, promove um movimento cultural e literário na comunidade.
Para a estudante, é de muita relevância trazer a perspectiva do debate e produzir conhecimento através da leitura. “Trazer a livraria para a Bienal é também trazer uma perspectiva diferente, então isso é importante. O visitante aqui vai encontrar diversos livros de literatura, ciências sociais, de história, HQs, entre outros”, disse ela.
E a Bienal também tem a experiência de livros sensoriais, com o Ateliê Magrela Vivi. Criação da relações públicas e artesã Vivi Rodrigues, o trabalho é desenvolvido desde 2018 e tem o objetivo de fomentar a discussão sobre o racismo e suas estruturas, por meio de um viés infantil.
“Alguns livros como O Quarto de Despejo e autoras como Bell Hooks são adaptados por mim nesses livros sensoriais. No meu estande as famílias vão encontrar brinquedos, livros sensoriais, muito afeto e possibilidades de entrar em contato comigo e adquirir livros totalmente personalizados”, disse Vivi Rodrigues.
Sobre a Bienal
Com uma semana extensa e produtiva de programação, juntando palestras, exposições e apresentações culturais, a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas conta com 130 estandes, mais de 300 editoras de várias partes do país e algumas da Argentina, que é o país homenageado nesta edição. Além disso, a previsão é de que o evento reúna 400 mil pessoas, sendo 50 mil estudantes, e R$ 5 milhões em vendas.
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