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Mascotes de folguedos alagoanos são a alma de projeto da Ufal

Experiência da maternidade levou docente Adriana Capretz a percorrer o caminho da educação patrimonial

Fabiana Barros – jornalista com fotos de Renner Boldrino

A docente da FAU, Adriana Capretz, em palestra com os presentes na Bienal

Vinte e seis personagens inspirados nos folguedos, nos mestres do patrimônio e nas personalidades de Alagoas. Eles são “A Turma do Guerrerinho”, os protagonistas da palestra História de Alagoas por meio do patrimônio cultural: a experiência do Tatipirun Educacional, com a professora da Universidade Federal de Alagoas, Adriana Capretz, que criou os mascotes do projeto.

Dentre os mascotes, têm personagens que representam os folguedos de carnaval, juninos, de natal e também os mestres dos saberes. Tem rendeira, embolador, capoeirista. São vários saberes representados nos mestres. Os nomes de cada um deles têm uma história: “A ideia de trabalhar isso com criança é para puxar esses tipos de assuntos também multidisciplinarmente. Então não é só saber. Esse aqui chama Djavan, um cantor alagoano e o nome dele foi a mãe dele que escolheu porque sonhou”, exemplificou.

Atuante em preservação patrimonial, arquiteta de formação e professora na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Ufal e Design também, Adriana sempre lecionou nas disciplinas História da Arquitetura, História da Arte, História do Patrimônio, Patrimônio Histórico e Preservação. A maternidade, por sua vez, levou Adriana a percorrer o caminho da educação patrimonial.

“Percebi que desde que eles [os filhos] estão na creche, quando chegavam as datas, dia dos povos indígenas, carnaval, natal, eram coisas bizarras. Desenhos e informações todas deturpadas porque elas não existem. E aí eu resolvi criar já que eu pesquisava sobre o assunto”, comentou Adriana que também atua em um grupo de pesquisa na área.

Ainda segundo a docente, o desafio de fazer material para criança foi grande e exigiu um reaprendizado, principalmente, no que se refere a uma nova linguagem. “Descobri com os estudantes de Design que eu precisava ter mascotes que se aproximassem das crianças”, afirmou Capretz.

Tatipirun Educacional

A palestrante acrescentou a importância em chegar na criança, saber o seu nome e perguntar o motivo pelo qual o nome foi escolhido. Durante a palestra, ela apresentou os 20 livros em PDF, que ficam disponíveis para serem baixados gratuitamente, acessando o projeto Tatipirun Educacional, no Instagram @tatipirun.educacional. O nome foi inspirado na obra do alagoano Graciliano Ramos para crianças, A Terra dos Meninos Pelados, que se chamava Tatipirun, um reino onde as crianças são carecas e todos tinham olho de cada cor.

Outra personagem é de uma escultora da Ilha do Ferro, localizada no município alagoano de Pão de Açúcar, que traz um passarinho na roupa e o nome dela é Tiê, que significa pássaro, mas é também uma homenagem a uma música do maestro alagoano, que é o Tavares, chamada As Penas do Tiê, que ficou muito conhecido. “Cada personagem tem toda uma história. A personagem é pesquisada para não ficar nada falso, caricata”, explicou.

Para a psicóloga Josileide Carvalho, o conteúdo apresentado foi muito rico. A partir dessa constatação, a profissional considera que seria um ganho para os alunos da rede pública de ensino adotar o material, inclusive os mascotes. “A ludoterapia ajuda muito no aprendizado. Seria um ganho”, comentou.

Aluna do 4º período da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Raphaele Rodrigues, destacou a didática aplicada pela palestrante para abordar o tema. Já o estudante de Contabilidade, Daniel Vitor, disse que tomou conhecimento de vários aspectos sobre os folguedos e gostou das dicas sobre o acervo, fornecida por Adriana, a exemplo do Museu Théo Brandão (MTB).

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