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Sarau revela face menos conhecida das obras de Mário de Andrade

Atriz Silvie Leal e músico Ari Rodrigues encantaram público com apresentação “Mário Erótico”

Mariana Lima – jornalista com fotos de Renner Boldrino

Atriz Silvie Leal e músico Ari Rodrigues encantaram público com apresentação “Mário Erótico”

Mais conhecido por Macunaíma e Paulicéia Desvairada, o poeta Mário de Andrade teve outra face apresentada ao público durante a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas com a realização do Sarau Erótico. A atriz Silvie Leal uniu-se ao músico Ari Rodrigues para uma declamação musical de alguns poemas eróticos do autor modernista em uma apresentação voltada para maiores.

“A questão do erotismo permeia toda a obra do Mário de Andrade, indo de suas poesias aos contos e à escrita dramatúrgica, com muita irreverência e metáforas que estimulam a imaginação”, explicou Silvie. Ela teve contato mais aprofundado com os poemas e essa vertente ao ler Seleta Erótica, livro de 2021 da pesquisadora Eliane Moraes que reuniu e organizou os textos de Mário com essa orientação.

“Adquiri o livro e me encantei, porque ele passa por vários gêneros, não fica só na poesia, e vai desde um do Mário de Andrade inicial até o Mário mais maduro. Aí eu escolhi alguns poemas e apresentei uma primeira vez, aí chamei o Ari para o acompanhamento e ele veio com uma pegada mais popular, mais solta e mais irreverente, que casa com a coisa da brasilidade que a gente já conhece de Macunaíma. O Ari trouxe essa coisa da brincadeira musical e me instigou inclusive até a tentar cantar”, completou Silvie.

O jornalista Rafael Barreto, que já acompanha o trabalho de Silvie Leal, estava bastante interessado em conhecer uma nova vertente de Mário de Andrade. “Acho interessante para que a gente conhecer mais dos autores que, de certa forma, só vemos na escola com o Modernismo e na atuação política, e também fiquei intrigado porque o erotismo não é um tema que vi ser abordado em outras edições da Bienal, apenas declamação de outros tipos de poesia, e esta é uma vertente da arte, da literatura, como as demais”, relatou.

A curiosidade também foi o que moveu a estudante de Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Vitória Cecília. Monitora da Bienal, ela planejou com antecedência a folga na tarde e noite desta sexta-feira para aproveitar a palestra de Carla Akotirene e a declamação Mário Erótico.

A estudante Vitória Cecília

“Hoje foi meu dia de aproveitar a Bienal, trabalhei mais cedo para estar livre no fim do dia. Quando eu estava verificando a programação para escolher onde eu iria, vi o tema do sarau, achei curioso, fui pesquisar mais um pouco sobre essa obra do Mário de Andrade e gostei do que vi, então escolhi vir para cá depois da Carla”, revelou a jovem monitora.

E ambos aprovaram o sarau, assim como o público que ouviu, arrebatado, cada palavra. A performance atraiu atenção, aplausos, suspiros, risos e Silvie até foi acompanhada em algumas de suas investidas musicais, como em Morena de Angola. Embalados pela performance de Silvie e as notas de Ari, que davam personagens e cenários aos versos em O convite carnal das sovacas e Home e Feme, a plateia ficou com gosto de “quero mais” ao fim do espetáculo.

“Foi incrível demais, a Silvie mudava a cada personagem, interpretou muito bem e os versos eram incríveis, muito bem trabalhados e que fazem a imaginação trabalhar mesmo. Gostei demais de ver um espetáculo como esse na Bienal”, parabenizou Rafael Barreto.

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