Autores celebram lançamentos na Praça dos Autógrafos

Kamylla Lima e Jamerson Soares - jornalistas / Jônatas Medeiros e Renner Boldrino - fotógrafos

A Praça dos Autógrafos vem recebendo mais de 100 autores, desde o último sábado (1º), para diversos lançamentos durante a programação da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Poesia, romance, contos, crônicas e livros científicos estão entre os gêneros das obras que estão sendo expostas.

Uma das autoras é a Durce Alves, do município de Estrela de Alagoas. Ela é uma adolescente que escreveu o livro Ela viu o quão poderosa é com suas asas. A obra é uma coletânea de poemas que retrata uma jovem que descobre a sua maior arma: sua voz.

“É sobre reencontrar o poder que cada pessoa carrega dentro de si. Tive o prazer de vir lançar na Bienal do Livro. O processo criativo durou dois anos, primeiramente eu não tinha ideia de me tornar escritora, nem me posicionar como escritora. Mas, com o passar do tempo, fui pegando o gosto pela escrita e decidi publicar, trazer o mundo da minha voz em forma de poesia”, explicou ela.

Este é o seu primeiro livro lançado na Bienal. Segundo Durce, ela tem outra obra de romance este ano, que está disponível na Amazon. O livro foi feito em Maceió: “O público vai encontrar ecos de uma garota que descobriu sua maior arma: sua voz e força interior. Acredito que cada pessoa carrega dentro de si a metamorfose e a força inabalável. Sobre o lançamento na Bienal, estou me sentindo muito feliz e grata pela oportunidade de trazer minha obra. Está sendo muito alegre e imenso”, afirmou Durce.

Luiz Gonzaga em livro

Outro autor que está expondo seu livro é Marcelo Leal. Ele é do Ceará e veio a Maceió para lançar a obra, já que a cidade faz parte da mesma região Nordeste onde Luiz Gonzaga nasceu. Na obra, há mais de 600 canções expressas no livro que têm muita relação com a religiosidade, não só católica, mas também a espírita e a umbandista.

“O livro tem vários propósitos que é divulgar a obra de Luiz Gonzaga, para quem tem religiosidade, então está dentro dessa temática de religiosidade. R$ 10 são tirados do preço total do livro para doar a instituições de caridade. É uma satisfação dupla: voltar a Maceió depois de um tempo, é uma honra estar aqui”, destacou o autor, que também comentou que conheceu Gonzagão pessoalmente há 40 anos.

Diversidade faz da Praça um local plural

É ali, ao redor de um baobá, que a Praça de Autógrafos Dandara recebe dezenas de autores independentes durante a 11ª Bienal. Tanto que, ao final da tarde desta segunda-feira (3), mais dez títulos foram lançados, abordando diversos temas. Diariamente, os lançamentos acontecem a cada duas horas, basta o público chegar e apreciar.

Foi o que fez Catarina Araújo, que visitava o local, ressaltou o potencial da iniciativa. “Sempre visito as edições da Bienal e acho incrível ter um lugar só para os autores independentes, porque temos que valorizar as pessoas que acreditam na literatura, mas não têm estrutura para fazer um lançamento. É valorizar a literatura de forma ampla”, salientou.

Um espaço de valorização

Foi ali, na Praça Dandara, que a professora Fernanda Dória lançou Lições, Antes dos 40 Anos: o que ninguém te conta sobre crescer, mudar e se escolher. Para prestigiar, amigos e familiares da autora, mas ela destacou que os visitantes também se interessaram pelo livro, o que expande seu alcance. E disse mais: considera o local como um espaço de valorização.

“Ter este local para nós, autores independentes, é muito bacana, porque projeta. São muitos escritores, são muitas vozes e ter esse espaço é certeza de que nós podemos ser alagoanos com muito orgulho, porque a nossa arte, a nossa voz, ela está sendo valorizada. Eu trouxe familiares e amigos, mas até novos leitores passam por aqui e acabam querendo conhecer e saber mais sobre o nosso trabalho”, destacou. 

Essa é a segunda vez que ela utiliza o espaço da Praça de Autógrafos para lançar um livro - o primeiro, Mensagem pra Você, foi lançado na edição de 2023 da Bienal. De lá para cá, ela trabalhou no novo projeto, voltado para o autoconhecimento. “No mundo de tantos rótulos, que diz o que a gente tem que ser, os 40 anos para mim veio como despertar. Então, o livro é para quem tá perdido aos 18, é para quem quer se encontrar aos 20, é para quem tá chegando aos 40 e quer chegar plena, mas é quem passou dos 40, quem tá nos 60 mais e quer se reconectar. É um livro que é como se você tivesse conversando com a sua melhor amiga”, explicou. 

Sobre a Bienal

A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.

Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.

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