Autores lançam livros voltados à temática educacional
Evento reuniu abordagens diversas, desde estudos sobre memes até como tratar a violência contra crianças por meio da ludicidade
Kamylla Lima - jornalista / Jônatas Medeiros - fotógrafo
A noite de lançamentos no estande da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) foi marcada pela diversidade de temas sociais abordados pelos autores. Os livros foram lançados no sábado (1º), durante a 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Reunindo amigos e familiares, os autores compartilharam saberes, deram autógrafos e celebraram a conquista de lançar uma obra em plena Bienal. A temática educacional deu o tom dos lançamentos, que percorreram diferentes campos do conhecimento, desde estudos sobre economia industrial até análises sobre a formação de professores da educação básica.
No âmbito econômico, foram apresentados estudos de caso sobre o setor produtivo em Alagoas. O professor Francisco Rosário, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Feac) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), lançou o livro Aplicações didáticas em estudos econômicos setoriais: pontes entre teoria e prática, em coautoria com Geanne Clementino e Victor Diogho.
A obra traça um panorama dos setores econômicos do estado, com linguagem acessível tanto para alunos de graduação quanto para o público interessado em compreender a realidade local: “É um livro voltado para o aluno entender a aplicação da teoria estudada em sala. Por isso, a ideia das pontes entre teoria e prática, mas também para o empresário que deseja compreender melhor como esses setores estão estruturados”, explicou Francisco Rosário.
Mais lançamentos
A juventude e suas linguagens também ganharam espaço. As pesquisadoras Clemilda Freitas e Tereza Albuquerque apresentaram Memes no ensino de Língua Portuguesa: expectativa e realidade, que analisa as relações entre língua, tecnologia e comportamento juvenil.
“Os jovens estão o tempo todo diante de uma tela. É como se a leitura do papel tivesse migrado para o digital. Por isso, percebemos que a linguagem que mais desperta interesse neles é a linguagem digital e trazer esses textos diversificados para a sala de aula é fundamental”, destacou Clemilda.
Já o livro Dispositivos de accountability no trabalho docente em Maceió, de Edva Gomes apresenta um conceito ainda pouco conhecido fora do meio acadêmico, mas essencial para a análise da educação pública. O termo accountability, proveniente da administração pública, envolve avaliação, prestação de contas e responsabilização, e foi adaptado para o campo educacional:
“Minha pesquisa busca entender quais são as estratégias e ações adotadas pelos professores, articuladas a esses três pilares, para alcançar resultados nas avaliações externas — que, hoje, são o principal parâmetro usado para medir a qualidade do ensino”, explicou Edva.
Encerrando a noite, Eva Gomes lançou o livro Atendimento educacional especializado: entraves e conquistas nas escolas públicas em Maceió-AL, fruto de sua tese de doutorado. A autora analisou as políticas públicas de atendimento educacional especializado (AEE) na rede municipal de Maceió, destacando avanços e desafios na formação dos profissionais da área.
“Percebemos fragilidades na formação continuada desses profissionais, mas também identificamos conquistas e avanços legais — tanto nas esferas federal, estadual e municipal. Apesar de lentos, esses progressos representam uma busca constante por uma educação mais justa e igualitária”, afirmou Eva.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
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