Óculos simuladores de embriaguez atraem e alertam público
Experiência tem como objetivo conscientizar população para os riscos proporcionados pelo álcool no trânsito
Janaína Farias - jornalista / Renner Boldrino - fotógrafo
A programação da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas segue intensa neste domingo (2), segundo dia de evento, com palestras, mesas-redondas e oficinas que ocupam as salas temáticas do Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió.
Entre as diversas atividades, uma das que mais chamaram a atenção do público foi o minicurso Uso de óculos simuladores de embriaguez em ações educativas de trânsito, realizado na Sala Pitanga, ministrado por Ana Lhayse Feitoza.
Durante a oficina, visitantes puderam experimentar, na prática, os efeitos da embriaguez por meio de óculos de realidade virtual, que simulam as reações físicas e cognitivas de um condutor sob influência do álcool ou do cansaço.
O objetivo é promover a conscientização sobre os riscos de dirigir nessas condições, reforçando o papel da educação no trânsito.
O soldado Pellegris, que faz parte do Núcleo de Educação para o Batalhão da Polícia Rodoviária, explicou que o curso que trata da racialidade virtual busca sensibilizar pessoas acerca dos bons hábitos no trânsito.
Na oportunidade, ele apresentou três óculos: um que representa o efeito do sono e os outros dois representam os efeitos do álcool.
“Estamos trazendo uma inovação com o uso da realidade virtual para mostrar os riscos de conduzir sob o efeito do álcool ou do sono. Infelizmente, ainda vemos muitas pessoas se colocando em perigo de forma desnecessária, conduzindo sobre essas situações adversas”, afirmou o militar.
Para simular os obstáculos a oficina foi desenvolvida na prática, onde colocavam os participantes numa pista para que eles pudessem pegar os objetos.
Para o soldado Pellegris, infelizmente ainda existe no estado de Alagoas e no Brasil a banalização acerca do uso do álcool na direção.
“Pessoas ainda estão se colocando em uma situação de risco, de forma desnecessária, por conta disso. Nós estamos tendo reflexo nas unidades de urgência e emergência, que algumas já mostram até superlotação dos leitos, por atender, na verdade, pessoas que estão sob essas condições”, afirmou
A estudante Pamela Nobre, que viveu a experiência ao utilizar os óculos, destacou que a oficina deixa uma mensagem muito educativa.
“Esqueçam a chave quando vocês estiverem sonolentos e quando vocês estiverem embriagados. Se for beber, realmente, deixa a chave do carro, de qualquer veículo, bem distante. Porque a sensação é que você realmente não vai enxergar nada.
Ela explicou que fez o teste e ao tentar pegar objetos no chão não conseguiu achar quase nada.
“Imagina isso numa direção. Eu gostei muito porque essa simulação faz com que as pessoas fiquem, de certo modo, mais consciente, porque quando as pessoas bebem, elas perdem um pouco esse foco, elas acham que conseguem fazer tudo, mas com os óculos e realizando isso sóbrio a gente consegue perceber o perigo”, afirmou a estudante.
Programação
Na sala Umbu, destaque para a palestra A função da escrita e o processo de luto na obra de Joan Didion, com Mírian Tenório Maranhão. Já na sala Tamarindo, destaque para a A violência patrimonial nas relações domésticas e familiares: enquadramento e aplicação jurídica à luz da Lei Maria da Penha, com Renata Chagas Cavalcanti”, com Renata Chagas Cavalcanti.
Na sala Siriguela, foi a vez da Neabi - Roda de conversa: Mulheres de axé: entre mitos e saberes ancestrais, com Rosa Correia, Rosiane Martins, Erielly Silva e alunos do 4º período de Relações Públicas da Ufal.
No auditório 2, ocorreu a apresentação da Le Petit - Brasil e África: batuques e rimas. A Uncisal também marcou presença com a oficina Contação de histórias para crianças surdas usuárias de dispositivos eletrônicos auditivos, com Sorriso de Plantão.
A programação literária e cultural segue ao longo do dia, com debates, rodas de conversa e apresentações que unem arte, conhecimento e cidadania.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas acontece de 31 de outubro a 9 de novembro, é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
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