Escritores discutem produções em prosa da literatura alagoana
Bate-papo contou com a presença de Nilton Rezende, Richard Plácido, Lucas Litrento e Carol Almeida
Roberto Amorim - jornalista / Adriano Arantos - fotógrafo
Um quarteto de escritores se reuniu, na tarde do domingo (8), para conversar sobre as novas produções em prosa da chamada “literatura alagoana”. Nilton Rezende, Richard Plácido, Lucas Litrento e Carol Almeida foram provocados pela mediadora Letícia Romariz a expor as motivações e processos criativos. O bate-papo literário fez parte da programação da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
O tema das referências aos lugares onde os autores e autoras nasceram e cresceram foi recorrente em diversas falas, principalmente no sentido de estabelecer se existia, ou não, uma produção literária que poderia ser classificada como “alagoana”.
Durante a conversa, Nilton Resende explicou que seus textos circulam em torno dos amores e das dores das suas vivências, memórias e personagens. “A gente escreve a partir do chão que se pisa. Escrevo sobre a dor para não esquecer do que machuca; e do amor, para que ele se prolongue”, disse.
Já Lucas Litrento disse que cotidiano de morador do populoso bairro Benedito Bentes serve de matéria-prima para sua prosa, mas não a limita. “É marcante a presença da memória, dos cenários e personagens experimentados. Mas são apenas o ponto de partida para lugares e temas universais”, contou.
Além de escritor, Resende é professor, dramaturgo, poeta, ator e cineasta alagoano conhecido por sua obra literária e trabalhos no cinema e teatro. Ele se destaca como professor adjunto de literatura na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e por suas obras, como os livros de contos Diabolô e o romance Fantasma, além de ter roteirizado e dirigido curtas-metragens baseados em obras de Lygia Fagundes Telles.
Litrento é um escritor, realizador cinematográfico e produtor cultural alagoano de Maceió, nascido em 1997. Ele é autor de livros como Os meninos iam pretos porque iam (poesia) e TXOW (contos), que venceu o Prêmio Delfos de Literatura e foi semifinalista do Prêmio Oceanos em 2021. Além de sua obra literária, ele também dirigiu curtas-metragens como Círculos e Samuel foi Trabalhar.
A presença da morte na prosa também marcou a discussão. Richard Plácido explicou que existem várias facetas da morte nos seus textos. “Por exemplo, a morte daqueles que decidira sair das nossas vidas e podem se transformar em personagens. A morte nos personagens que criamos e, espontaneamente, são esquecidos”. Já Carol Almeida, explicou que o luto em suas diversas situações são elementos importantes do seu processo criativo. “São maneiras de formular o luto em mim”, disse ela.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
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