Fotógrafos registraram encontros, emoções e bastidores do evento
Renner Boldrino, Jônatas Medeiros e Adriano Arantos registraram o que será lembrado no futuro em milésimos de segundos
Kamylla Lima - jornalista
Uma história pode ser contada de muitas formas - em áudio, vídeo, texto e fotografias. É na junção entre luz, ISO e velocidade que surgem os registros que narram momentos. Capturar o que será lembrado no futuro é um trabalho de milésimos de segundos. Antes do clique, porém, é preciso pensar no enquadramento, na regra dos terços, na composição e na iluminação. Na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a efervescência de cores, formas, sorrisos, encontros, palestras e apresentações culturais se traduz sob o olhar de três fotógrafos: Adriano Arantos, Jônatas Medeiros e Renner Boldrino.
É comum ver visitantes com o celular nas mãos para registrar um instante, mas o trabalho deles vai além do ato de registrar. O desafio é transmitir emoção e verdade - captar o que pulsa nos rostos e gestos de quem passa pela Bienal. Em meio à programação, à venda de livros e ao intercâmbio cultural entre Brasil e África, os fotógrafos eternizaram histórias: a do autor que lança seu primeiro livro, as crianças que nunca estiveram em um teatro, o artista que pisa em Alagoas pela primeira vez.
“A primeira impressão que eu tive quando cheguei aqui é que talvez essa seja a Bienal mais bonita que já participei. Não só pela temática, altamente inclusiva e necessária, mas também por toda a ambientação. Está muito bonito. É um espaço gostoso de transitar. A população absorve isso, porque há uma demanda reprimida por projetos culturais como esse”, disse Renner Boldrino.
Nos corredores, as crianças são presença constante. São elas que encantam e inspiram Boldrino, fotógrafo com 12 anos de profissão e seis Bienais no currículo. Entre uma pauta e outra, é no olhar curioso dos pequenos, muitos vindos de contextos precarizados, que ele encontra o sentido do evento.
“O que mais me encanta são as crianças. Esse olhar de alumbramento diante desse universo fantástico que é a literatura. Crianças que estão indo pela primeira vez a um teatro, assistindo a uma peça. Isso me fascina. Gosto de percorrer os corredores à procura desses olhares, dessas expressões de encantamento. Acho que esse é um dos legados mais importantes da Bienal: oferecer essa oportunidade a quem muitas vezes não tem acesso a esse tipo de experiência”, ressaltou.
Espontaneidade e alegria do público
Para Jônatas Medeiros, que vive sua quarta Bienal — a segunda como fotógrafo —, o desafio está em captar a espontaneidade e a alegria do público. Com 14 anos de experiência, ele já atuou também como social media e vê na fotografia a chance de eternizar não só momentos, mas também sonhos.
“Está sendo muito gratificante fazer parte da história desse evento tão importante para o estado. A beleza da fotografia é isso: eternizar um momento. E quando a gente fala de um evento como esse, é eternizar sonhos, encontros, pessoas conhecendo seus ídolos, seus autores. Além da emoção, tem o lado jornalístico. As fotos que vão para as matérias e para a imprensa contam a história da Bienal e deixam um legado”, afirmou.
Jônatas também revelou a imagem preferida até agora. “Acho que a foto que todo mundo tá comentando é a que fiz da Fernanda Takai, lá no Teatro Gustavo Leite, em preto e branco. Eu gosto muito de fotos em preto e branco, já fiz projetos e exposições, inclusive duas pela Ufal, com esse estilo. Acho que isso marca muito a Bienal pra mim”, salientou.
Primeira vez a gente não esquece
Adriano Arantos é estreante na cobertura. Com 14 anos de carreira, ele se destaca por uma trajetória consolidada na fotografia de espetáculos artísticos, principalmente de dança, área em que se especializou e que influenciou diretamente seu olhar sobre o movimento, a luz e a emoção.
Sobre a estreia na Bienal, ele acrescentou: “Está sendo uma experiência muito bacana. Fui extremamente bem acolhido pela equipe. A fotografia é uma área cada vez mais escassa, menos valorizada, e estar num evento onde esse trabalho é reconhecido é muito gratificante. É uma experiência que agrega e renova a forma de trabalhar”, disse.
Entre as fotos que mais o marcaram, ele citou uma imagem simbólica que o emocionou. “É uma fotografia singela, mas expressa minha gratidão aos que batalham diariamente para que a Universidade Pública em Alagoas continue de pé. A Ufal é essencial para que tenhamos um estado mais inclusivo e democrático", explicou.
E ele disse mais: “Não apenas docentes e discentes gozam do indispensável serviço, e acredito que todos que lutam diariamente por uma universidade plural e acolhedora se sentem representados nas figuras desses dois incansáveis que lutam diariamente e continuam tirando leite de pedra, e assim fazendo da Ufal uma casa que abre tantas portas e caminhos para povo alagoano e tantos outros de tantos estados que adotam este estado como seu lugar pra viver, graças à tudo essa universidade oferece mesmo passando por tantas dificuldades”, afirmou Adriano Arantos.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
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