Praça Dandara se torna ponto de encontro de escritores nordestinos
Com diversos gêneros literários, o espaço já se tornou um dos mais movimentados do evento; autores recebem público para assinar suas obras
Ryan Charles - estudante de jornalismo / Renner Boldrino - fotógrafo
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas segue reunindo escritores de diversas regiões do Nordeste, que trazem obras repletas de identidade, emoção e reflexão sobre a cultura popular. Nesta sexta-feira (7), diversos autores abordaram histórias que contam um pouco das suas vivências.
Da poesia à crônica, todos os gêneros estão sendo recebidos na Praça de Autógrafos Dandara, que já se consagrou como um dos espaços mais populares da edição deste ano.
Envelhecimento e cuidado
O escritor sergipano Antônio de Saracura, natural do povoado Terra Vermelha, em Itabaiana (SE), participou da Bienal lançando o romance Os Espinhos da Flor, sua quarta obra. O livro aborda a terceira idade, os desafios do envelhecer.
“É um romance que fala das alegrias da terceira idade, dos exageros em relação aos cuidados e da relação com os filhos. Tenho certeza de que vai causar impacto”, afirma o autor.
Além do lançamento, Saracura levou outras obras de destaque, como Tambores da Terra Vermelha, Os Curadores de Cobre de Gente e O Pássaro do Entardecer, sempre com personagens e histórias inspiradas no povo do Nordeste profundo.
Frequentador assíduo das Bienais, o escritor sergipano destacou sua admiração pelo evento alagoano.
“Vir a Maceió é como ir à uma praia do exterior sem gastar dinheiro. A Bienal de Alagoas está de parabéns, e sempre me recebe de braços abertos”, disse animado.
Poesia, valores e emoção
Representando a Paraíba, a autora independente Kilmara Rodrigues lançou o livro Poesia sobre Artes, Emoções, Sentimentos e Valores, obra que reflete sobre a importância da sensibilidade e dos valores humanos no cotidiano.
“O livro fala sobre a diferença entre emoção e sentimento e sobre como os valores são fundamentais para o dia a dia, especialmente para os adolescentes. Também ressalta a importância da literatura como um todo”, explicou Kilmara.
A escritora, que já possui oito livros publicados, destacou o papel democrático da Bienal de Alagoas e o acesso gratuito para autores e visitantes.
“É um evento que valoriza a literatura viva. Ver as escolas, os estudantes e os autores compartilhando esse espaço é algo inspirador”, reforçou.
Sobre o contato com o público alagoano, ela acrescenta que é essencial a troca e intercâmbio entre os autores.
“É muito bom ver que a gente visita enquanto autores. Trocamos experiências e nos reconhecemos em outros estados do Nordeste. Está sendo um encontro muito importante”, finalizou.
Histórias alagoanas
Outro destaque da Bienal foi o lançamento do livro Rita que Grita, do autor alagoano Gama Junior, que conta a história da menina que deu voz ao seu coração. A obra infantil aborda a reeducação vocal, o cuidado com a voz e temas como autoestima e empoderamento.
“A personagem é uma menina extrovertida e cheia de vida. Ela foi inspirada na Rita Lee, que conquistou o mundo com sua arte e música. O livro também fala sobre esse caminho musical e sobre dar voz aos próprios sentimentos”, contou o autor.
Músico e artista, Gama Junior vive sua primeira experiência como autor na Bienal. “Sempre participei das Bienais como músico, tocando e cantando. Agora, como escritor, é uma outra perspectiva, mas estou gostando muito. Já penso em um novo livro sobre cultura indígena e música”, contou animado.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
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