Estudantes indígenas descobrem o universo da literatura na prática
Jovens da Aldeia Serra do Amaro participam de palestras, oficinas e atividades culturais, fortalecendo identidade e ampliando repertório literário
Ryan Charles - estudante de jornalismo / Renner Boldrino - fotógrafo
Estudantes da Escola Estadual Indígena Balbino Ferreira, da Aldeia Serra do Amaro, da etnia Xucuru Cariri, localizada no município de Palmeira dos Índios, marcaram presença na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Foi uma oportunidade única para os jovens indígenas conhecerem mais as diversidades culturais presentes no estado.
Na ação deste sábado (8), os estudantes participaram de tudo. Das palestras às oficinas, passando pelas apresentações culturais e até pelas compras de livros, a diversão e o aprendizado foram garantidos entre os participantes. A experiência permitiu que eles valorizassem sua própria cultura, reconhecendo a importância da identidade indígena e o diálogo com outras tradições culturais presentes na Bienal.
A professora de Cultura Indígena da escola, Larissa Ferreira, explicou que, por serem da zona rural, muitos dos estudantes não têm contato com eventos da dimensão de uma Bienal.
“Desde palestras que expõem campos de pesquisa, elementos da cultura alagoana até estandes de livros e contação de histórias, tudo isso amplia o repertório deles e contribui para a formação desses educandos”, afirmou.
Larissa acrescentou que a temática da Bienal, que difunde a diversidade de povos no Brasil, também serve como fortalecimento da cultura deles.
“Eles têm contato com outras culturas e reconhecem a própria, com protagonismo. Percebem: ‘eu sou indígena, estou em um espaço que valoriza minha identidade e que ecoa para outras pessoas’. É sobre reconhecer a própria ancestralidade e também conhecer a cultura negra e outras representações presentes no evento”, ressaltou.
A estudante Maria Karoline, de 12 anos, participou do evento pela primeira vez e ficou encantada com todas as atrações. “Gostei muito! Pude conhecer e aprender muita coisa. Quero, sim, voltar outras vezes”, falou empolgada.
Para a professora de Língua Portuguesa, Gabriela Ulisses, um dos principais objetivos da participação é incentivar a leitura entre os estudantes.
“As expectativas são ótimas, tanto em relação à melhoria da leitura quanto em instigar o gosto pela leitura. Nada melhor do que a Bienal do Livro, uma feira de livros, para despertar neles esse interesse e para que conheçam um pouco desse mundo tão bacana que é o da literatura”, finalizou.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
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