Ufal mostra sua força em mais uma noite de lançamentos na Edufal
Temáticas como cana-de-açúcar, territorialidade, inclusão social, cultura junina, e mercado de trabalho nortearam as obras lançadas por pesquisadores
Roberto Amorim - jornalista / Jônatas Medeiros - fotógrafo
A forte presença da monocultura da cana-de-açúcar na constituição da sociedade alagoana foi matéria-prima para os primeiros lançamentos, na noite desta sexta-feira (7), dos livros com o selo da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) durante a 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
Organizada pelos docentes da Ufal, Marta da Silveira Luedemann e Domingos Sávio Corrêa, a coletânea Alagoas além da cana-de-açúcar: sociedade, geoeconomia e diversificação produtiva reúne pesquisas de cinco anos de estudos sobre a compreensão da geografia alagoana a partir das condições impostas pelo capital.
“São análises de cunho marxista que negam as formas tradicionais de enxergar os fenômenos sociais decorrentes da cana-de-açúcar”, explicou a professora Marta Luedemann. “Nossas pesquisas enxergam outras questões como os processos sociais e econômicos do agreste e do sertão. A obra é quase um compêndio da economia de Alagoas”, acrescentou.
Já em Os patrões da cana-de-açúcar no nordeste brasileiro (2005-2020), o professor da Faculdade de Serviço Social, Lucas Bezerra, examina os métodos de dominação da classe patronal rural nordestina com ênfase nos três maiores produtores de cana na região: Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
“O livro é fruto da minha tese de doutorado e contribui para uma análise crítica dos processos de dominação e as formas de resistência da classe trabalhadora”, falou o professor.
Educação geográfica em movimento: territorialidades, questões socioambientais e cidadania, organizada por Maria Francineila Pinheiro dos Santos, reúne relatos, análises e práticas das relações entre a universidade, as escolas e a comunidade.
“É preciso entender as peculiaridades do território que estamos imersos, enxergando esses espaços e seus dilemas sociais e cotidianos”, disse a organizadora da obra.
Também foram lançados Santo Agostinho: entre história, memória e esquecimento, de Márcio Manuel Machado Nunes; Educação da pessoa com deficiência no Brasil e Alagoas: da segregação à inclusão, de Jacqueline Praxedes; Emprego, renda e desigualdades: o mercado de trabalho na economia cultural brasileira, com organização de Elder Maia Alves; e O São João em Alagoas: de festejo pré-moderno a espetáculo pós-tradicional, do antropólogo Bruno Cesar Cavalcanti.
Sobre a Bienal
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas é realizada pela Universidade Federal de Alagoas e pelo governo de Alagoas, com correalização da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) e patrocínio do Senac e do Sebrae Alagoas.
Sob a curadoria do professor Eraldo Ferraz, diretor da Edufal, o maior evento cultural e literário do estado também tem como parceiros a plataforma de eventos Doity, a rede de Hotéis Ponta Verde, o Sesc, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além das secretarias de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult), de Turismo (Setur) e de Comunicação (Secom) de Alagoas.
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